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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Mark Scott


Ele só queria viver bem e trabalhar em casa. Antes detonado, o apartamento do fotógrafo Mark Scott, em Londres, foi transformado respeitando-se a realidade do prédio e com desejos e elementos simples: usar branco e madeira, abrir espaços e trazer luz.

Fotos Mark Scott
As janelas da sala de estar dão para uma praça de estilo georgiano. Na decoração simples e acolhedora, Mark conseguiu equilibrar as paredes brancas, o piso de madeira carvalho e as cortinas de bambu. O lustre de cristal dá um toque de época
Fotógrafo de sucesso em Londres, Mark Scott, 39 anos, precisava de uma casa ou apartamento próximo de sua clientela e da região central da cidade. “Eu tinha uma casa espetacular nos arredores da cidade”, conta. “O problema é que eu levava duas horas para chegar ao centro.” Foi aí que ele descobriu um apê em mau estado em Islington, região chique próxima do centro londrino. Nada que, com seu instinto de preservação e paciência, não pudesse ser revertido.


O prédio fica em uma praça de estilo georgiano da década de 1820. Ele o comprou rapidamente. “As casas em torno da praça haviam sido convertidas em moradias populares 20 anos atrás. As características antigas, como as lareiras originais, haviam sido destruídas. O apartamento era úmido, escuro e abafado. Não dava para saber ao certo quais eram suas dimensões, já que os cômodos, de pé-direito elevado, estavam divididos em ambientes menores”, diz Mark. Mas o fotógrafo sabia que a área era perfeita. “O segredo é a localização, a localização!” 
O apartamento tem dois andares e 185 m². No subsolo ficam os quartos e o escritório. Há também dois cômodos despretensiosos no primeiro piso, onde hoje estão a sala de estar e a cozinha. “Logo que me mudei, derrubei todas as divisórias. Queria recuperar o espaço disponível, deixando-o arejado. Removi as texturas decorativas do forro e deixei tudo conforme a estrutura original”, diz Mark. Em seguida, pintou o apê de branco e morou ali durante alguns anos até decidir o que fazer.


Mark queria derrubar a parede entre a cozinha e o estar, mas o apartamento tinha particularidades que dificultavam seu plano. “Normalmente, basta colocar uma viga de aço para sustentar os cômodos de cima. Mas o prédio é velho e segue o padrão antigo de construção com cavaletes de madeira”, diz ele. “Tive de projetar um conjunto especial de pequenas vigas de aço para dar sustentação aos quatro apartamentos acima do meu, trabalhando ao mesmo tempo em torno da estrutura de madeira.”
Fotos Mark Scott
As texturas da madeira, no móvel, e da fibra natural, nos cestos, aparecem nesta composição junto à parede branca do estar. Enquadradas, as duas fotos em preto e branco foram tiradas por Mark
Fotos Mark Scott
Esta caixa escura era usada para acomodar as letras usadas pelo tipógrafo nas antigas impressoras. Mark revestiu os compartimentos com fotos suas, tiradas em viagens. Como um quadro, e presa por cordas, ela enfeita a parede do estar


A prioridade era levar claridade para dentro de casa. “Queria usar um layout de plano aberto, muito vidro e um design mínimo para acentuar a noção de espaço, mas almejava que a mudança não destoasse do estilo do edifício”, diz. Ele resolveu o dilema quebrando a frieza do visual do branco com madeira natural. Pôs piso novo de carvalho em toda parte e portas desse mesmo material. A sua mobília e as cortinas de bambu ajudaram a quebrar a frieza dos cômodos.


Sempre que possível, Mark usou o que tinha à mão. Na cozinha, constatou que as peças existentes podiam ser reaproveitadas, embora fossem meio ultrapassadas. “Os armários estavam em boas condições. Uma nova bancada e uma mão de tinta dariam a eles um outro ar.” Ele retirou os armários da parede para maximizar a presença da luz no ambiente. A inclusão de aparelhos de aço inox e puxadores modernos deu à cozinha o tom atual.


Do lado de fora, o pátio antes abandonado recebeu um tratamento oriental que remete às viagens de Mark pelo mundo. Piso simples e cortinas de bambu – planta que também aparece nos canteiros – fazem dali o lugar ideal para relaxar à noite. “Adoro o farfalhar do bambu quando bate a brisa”, diz.


Foram necessários anos para Mark concluir a reforma e a decoração. Ele mesmo fez boa parte do trabalho, entre uma sessão de fotos e outra. “Meu objetivo era tornar tudo o mais simples possível”, diz. “Queria preservar o caráter do prédio e ter uma casa de verdade, onde pudesse viver e trabalhar.” 


Fotos Mark Scott
A parede que separava a cozinha da sala de estar foi aberta e recebeu um par de portas altas de carvalho. “Facilita a separação dos ambientes quando necessário”, observa Mark. “Se as portas estiverem abertas, a luz do sol penetra no cômodo vinda da parte da frente da casa”



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