Apesar de ser um país de pequena dimensão, Portugal tem uma enorme diversidade cultural. Cada região tem a sua tradição, a sua cultura.
Nada como conhecer o cerne de um povo, de uma cultura e de tradições.
Um roteiro imperdível para quem quer garimpar as tradições de um povo hospitaleiros e agradável.
ALDEIAS E VILAREJOS DE PORTUGAL
Monsaraz
A vila de Monsaraz, com vistas para o Alqueva e o magnífico Alentejo, é ainda hoje um testemunho dos séculos repleta de histórias em cada beco e ruela.
A vila de Monsaraz, ainda hoje envolta pelas suas muralhas medievais, ergue-se sobre urna pedregosa escarpa dominadora de uma vasta região que inclui o vale do Guadiana e albufeira do Alqueva, no Alentejo, situação privilegiada propícia a uma presença humana muito remota, embora não haja certeza acerca de uma ocupação castreja ou mesmo romana.
A única certeza é a de que a povoação já existia no período de ocupação muçulmana, devendo datar de então as suas primeiras fortificações. Ocupada pelos cristãos depois da conquista de Évora, por Geraldo Sem-Pavor, seria posteriormente doada a ordem dos Templários e, após a extinção desta, passaria para a posse da Ordem de Cristo, sucessora daquela em território nacional.
O seu primeiro foral foi outorgado por D. Afonso Ill, em 1276, devendo-se tambem a este monarca, assim como ao seu filho D. Dinis, a reedificação do castelo e da sua cerca amuralhada. Durante as guerras fernandinas, no ano de 1381 , a vila foi saqueada por um contingente de archeiros comandados pelo Conde de Cambridge, parte integrante das imprevisíveis forças inglesas que tinham vindo auxiliar o nosso monarca nas suas desastrosas campanhas.
Quatro anos depois, foi ocupada por D. Joao de Castela, tendo sido resgatada, pouco antes da Batalha de Aljubarrota, por Nuno Alvares Pereira. O Condestável viria a receber Monsaraz como benesse de D. Joao I, passando-lhe a caber, a si e aos seus descendentes, a faculdade de provimento da alcaidaria.
Pouco depois da proclamação de D. Joao IV, e em função das campanhas militares que se anteviam, a praça recebeu uma nova cintura abaluartada. Os trabalhos, inicialmente dirigidos por Nicolau de Langres e Jean Gillot e terminados pelos engenheiros portugueses Luís Serrão Pimentel, Diogo Osório e Francisco Osório, dotariam a vila de uma obra que, aproveitando a sua situação alcantilada, a tornou quase inexpugnável, facto confirmado pelos assaltos falhados ocorridos durante as guerras da Restauração e da Sucessão de Espanha.
ALMEIDA
BELMONTE
CASTELO MENDO
CASTELO NOVO
CASTELO RODRIGO
IDANHA A VELHA
LINHARES DA BEIRA
MARIALVA
MONSANTO
Idanha-a-Nova
É uma das mais emblemáticas Aldeias Históricas de Portugal. A aldeia de Monsanto é um hino à harmonia entre o Homem e a Natureza e encanta quem a visita.
Ícone turístico da região, a Aldeia Histórica Monsanto é uma experiência peculiar para quem a visita. Concederam-lhe foral D. Afonso Henriques, D. Sancho I, D. Sancho II e D. Manuel.
A parte mais antiga está no ponto mais alto, onde os Templários construíram uma cerca com uma torre de menagem. A esta estrutura é mais tarde adicionada uma outra, ritmada por torres, com dois recintos desnivelados. O primeiro inclui uma cisterna e a Igreja de Santa Maria.
Na parte baixa, rasga-se a porta principal da cerca. Fora de muros, o povoado primitivo em torno da Capela de S. Miguel, pequeno tesouro da arquitectura românica, é defendido por uma cerca baixa. Sobranceira ao aglomerado, hoje em ruínas, ergue-se a Torre do Pião. A procissão da festa de Maio, da Divina Santa Cruz, ascende ao castelo como lugar simbólico, num sentido contrário ao processo histórico de ocupação, que se foi transferindo para cotas mais baixas.
No baluarte, ponto de chegada e de partida à aventura, acede-se à aldeia que aqui se instalou progressivamente a partir do século XV. A partir deste ponto surgem múltiplas possibilidades: nas imediações a Igreja Matriz; na subida em direcção ao castelo o velho forno da aldeia; pelo encruzilhado das ruas as capelas do Espírito Santo e de Santo António, junto de duas das velhas portas fortificadas das quais retiram o nome; a torre sineira ou de Lucano encimada pelo galo de prata, imagem de marca da portugalidade; as fontes; as casas senhoriais com os seus brasões, entre os quais os Condes de Monsanto (1460), mais tarde elevados a Marqueses de Cascais.
Na infinidade de ruelas e veredas povoadas de casas, palheiros e furdas, representantes de uma arquitectura popular implantada ao sabor do relevo. A utilização do granito nas construções confere ao conjunto uma grande uniformidade entre o natural e o edificado. Este equilíbrio é, ainda, mais evidente quando os acidentes graníticos dão origem a curiosas utilizações de grutas e penedos integralmente convertidos em peças de construção. No sopé do monte há motivos de interesse a não esquecer.
No lado poente, a Capela de São Pedro de Vir-a-Corça, eremitério que teve feira em tempos medievais; a norte, junto à Relva, o extenso arvoredo da Quinta do Burrinho guarda o último souto da região, junto a um extenso parque repleto de espécies exóticas; em direcção a Levante e a Penha Garcia, situa-se a Ermida de Nossa Senhora da Azenha, lugar da última romaria do ciclo festivo anual da região, em Setembro. Monsanto não se esgota.
Para lá da rudeza da pedra há uma vida própria que se deixa observar. Memória de um tempo longo que persiste no seu quotidiano
PIÓDÃO
A Aldeia de Piódão é considerada uma das mais bonitas do País, classificada como “Aldeia Histórica de Portugal“. Situada no Centro do País, pertencente ao concelho de Arganil, na encosta da bonita Serra do Açor.
Aldeia de xisto e ao mesmo tempo Aldeia Histórica. Assim é Piódão, encravada na Serra do Açor. Uma preciosidade que vale a pena descobrir.
SORTELHA
TRANCOSO
Localizada no Alto Alentejo, essa vila com cerca de 3.800 habitantes se destaca por seus restaurantes, confeitarias com deliciosos pasteis de nata e um bairro judeu, ao qual chegaram, a partir de 1492, em sua diáspora, muitos judeus expulsos da Espanha. O gótico, o manuelino e o barroco se misturam nas ruas.
Um lugar encantado, com mais livrarias do que igrejas –não porque não existam, mas porque foram usadas para expor e vender livros. A cidade natal da grande pintora Josefa de Óbidos é encerrada por muralhas do século XV, e com suas casas brancas e buganvílias lilases é um destino calmo para passear durante a semana, e não nos tanto nos fins de semana. Por favor: entre a pé pela da porta da Vila para apreciar os azulejos do século XVIII.
Uma aldeia colada numa nuvem, mas, acima de tudo, colada em muitos palácios, jardins, museus e muralhas, que vão se retorcendo numa subida interminável, cada vez mais fechada até culminar no Castelo dos Mouros. É preciso mais do que um dia para ver os imprescindíveis Palácio Nacional (foto), a loucura pré-daliniana do Palácio da Pena, o de Monserrate, além de seus jardins, bosques e do centro da cidade, igualmente agradável.
Os habitantes da ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores, se refugiam nessa luxuosa cidadezinha quando buscam um raiozinho de sol na ilha. Ela tem, dizem, um microclima e suas águas são mais quentes, mas até chegar à beira do mar é preciso passar por belos casarões e jardins e por um porto de pesca que leva sua colheita fresca aos restaurantes do lugar.
Respira-se uma atmosfera medieval nas ruas e casas brancas dessa aldeia, que sempre olha para o leste, para ver se chegam os espanhóis. Para evitar surpresas fizeram bem, séculos atrás, de levantar um imponente castelo com vista para o Guadiana e a fronteira. Um lugar tranquilo, bonito e limpo, essencial no caminho do Alentejo.
Seu castelo transformado em pousada é uma parada obrigatória para quem vem de Extremadura (a vila está localizada a cerca de 54 quilômetros de Badajoz) às terras portuguesas. A sala de audiências do rei D. Dinis, as casas góticas, a muralha do século XVII com quatro portas e o mercado dos sábados são outras atrações para fazer uma parada em Estremoz.
PIÓDÃO
Nas montanhas do Açor, no centro do país, resiste uma das aldeias de ardósia mais bem preservadas, de paredes e pisos cinzentos e janelas azuis de madeira. A aldeia se agarra às encostas do monte e se camufla entre os bosques. Nem as cabras têm fácil acesso à aldeia, mas vale a pena. Piódão pertence ao selo Aldeias Históricas de Portugal, clube em que estão inscritas algumas das aldeias mais pitorescas do país.
Sua muralha escarpada do século XIII rodeia a aldeia de casas brancas. A quase 900 metros de altitude, essa vila medieval olha para a Espanha, com sua igreja do século XV e sua casa do Governador de antanho, hoje transformada em banco, embora mantenha sua varanda de ferraria do século XVII.
Na ilha açoriana de Pico, Lajes é uma aldeia que sempre viveu das baleias; antes, pescando-as, e agora, de vê-las saltar. Mas mantém o mesmo espírito marítimo e aventureiro, com suas torres de vigia e seus barcos, agora adaptados para a contemplação desses grandes cetáceos.
MONSANTO
É um lugar único. Suas casas surgem entre enormes rochas. Tem a duvidosa honra de ter sido designada como “a aldeia mais portuguesa” pelo ditador Salazar, em 1938, mas a cidade chama atenção por suas pedras de granito entre telhados vermelhos, e por seu castelo, que domina toda a região.
Essa aldeia fica na rota dos Templários, numa pequena península formada pelo rio Zêzere. Com bela paisagem natural, também conserva vestígios das batalhas medievais, como a torre templária pentagonal e a Igreja de Nossa Senhora do Pranto.
Situada na direção da Espanha, essa vila tem o nome do rio que atravessa os cinco olhos de sua ponte romana, que confere caráter a toda a localidade, com palácios, igrejas e um museu de arte sacra. A tranquilidade da vila é quebrada de quinze em quinze dias com sua popular festa na margem do rio.
Erguida onde antes havia uma cidade romana fundada por um habitante de Mérida, também é mencionada na ponte de Alcântara. Hoje é uma modesta aldeia onde se diz que teria nascido o rei visigodo Wamba. Verdade ou não, suas ruas são encantadoras, no meio de uma planície de oliveiras.
É um espaço monumental que preserva referências medievais importantes, como as velhas muralhas, as ruínas do palácio de Cristóvão de Moura, a Picota quinhentista, a igreja medieval, a cisterna medieval e as inscrições que atestam a presença de uma grande comunidade de cristãos novos.
Aldeia de pescadores que se refugia entre um penhasco e o enorme palácio de Mafra, localizado a oito quilômetros. De Ericeira partiu para o Brasil, exilada mas em paz, a família real portuguesa. Conserva suas raízes marítimas, suas capelas dedicadas à padroeira dos pescadores, suas casinhas brancas e azuis e alguns restaurantes, onde pode desfrutar dos melhores frutos do mar locais.
É uma vila esquecida sobre o Douro, razão pela qual surpreende ainda mais a abundância de casas de granito com grandes brasões que datam do século XVIII. Seu passado glorioso se estendeu até ao século XIX, quando a aldeia salvou os vinhedos da região, porque aqui se começou a lutar e a encontrar um remédio para o mal da filoxera que varreu a Europa. Hoje tem um museu dedicado a essa praga que arruinou muitos estabelecimentos que produziam vinho do Porto.
Uma das mais belas e antigas aldeias portuguesas, manteve sua conformação urbana e arquitetônica até os nossos dias. A visita pelas ruas e ruelas enclausuradas num anel defensivo e vigiadas pelo castelo do século XIII permite ao forasteiro voltar a séculos passados entre os túmulos medievais, ao lado da picota manuelina ou diante da igreja renascentista.
Aqui o tempo não parou muito. A cidadela de traçado oval corresponde ao antigo burgo, formado depois da concessão foral de Sancho II. O burgo novo, ou Arrabalde de São Pedro, protegido por uma muralha dionisíaca, era guarnecido no passado por oito torres, parcialmente destruídas pelo terramoto de 1755. Conserva impecavelmente suas cinco portas (portas da Vila, da Guarda, do Sol, da Traição e de D. Sancho), restos de arquitetura manuelina e habitantes velhos e sábios.
As ruas, flanqueadas por edifícios que resistem ao tempo, levam à cidadela pelas muralhas, em cujas ruínas é fácil perder a noção do tempo. Povoada pelos aravos, povo lusitano, foi conquistada mais tarde pelos romanos, seguidos pelos árabes, até a vitória final de Fernando, o Magno, em 1063, assim conhecido por sua emblemática conquista das Beiras.
Suas fontes dos séculos XII, XVI e XIX indicam a evolução dessa aldeia cujo castelo medieval escorado sobre rochas graníticas se ergue a 820 metros. A essa altura se contempla o Vale do Mondego. Casas manuelinas e o bairro judeu adicionam charme ao lugar.
A cidade é dividida em dois pelo rio Gilão, que deságua no estuário que existe atrás da ilha do mesmo nome. Entre a cidade, branca e azulejada, e a ilha, há pântanos rasos e lagoas do Parque Natural de Ria Formosa, um refúgio de aves migratórias e de turistas em busca de praias desertas e de águas quentes.
Uma das aldeias portuguesas de que mais gostava o Prêmio Nobel José Saramago em suas andanças portuguesas está localizada na Serra da Gardunha. Conserva um castelo do século XII, uma fonte barroca e um lagar comunitário talhado na rocha onde era pisada a uva para fazer vinho.
Terra de fronteira, palco de várias lutas e batalhas decisivas para a formação e a independência do reino. Mimada por reis, obteve privilégios importantes. Afonso Henriques outorgou-lhe a carta de Foral e Afonso III a carta de Feira. O rei D. Dinis ordenou a construção das muralhas que ainda hoje protegem uma aldeia onde conviveram cristãos e judeus.
Vista do alto, essa vila fortificada tem a forma de uma estrela de 12 pontas. Almeida foi uma fortaleza desde 1296, quando o rei D. Dinis tomou o poder, até o século XIX. Sua estrutura hexagonal é obra de Vauban, engenheiro militar de Luís XIV da França. Cada ângulo do polígono é um baluarte em forma de lança e entre eles se erguem outros menores.
A tradição diz que o nome Belmonte procede do lugar onde se ergue a aldeia (monte belo ou belo monte). Outros atribuem sua origem a ‘belli monte’, montanha de guerra. As duas coisas são verdadeiras, pois cada pedra da aldeia tem sua história. Aqui nasceu o navegante Pedro Álvares Cabral, que em 1500 comandou a frota que descobriu o Brasil. A história de sua misteriosa comunidade criptojudaica tem contornos romanescos (seus membros mantiveram as tradições judaicas em segredo até bem entrado o século XX).
As 25 aldeias mais bonitas de Portugal
De Óbidos a Monsaraz, passando por Sintra, um percurso pelas localidades que melhor representam a história e a essência lusas.
Norte de Portugal
TRÁS-OS-MONTES
Localização: Chaves, Bragança, Mirandela, Guimarães
A denominação de região de Trás-os-Montes tem a sua origem na zona montanhosa de grande relevo, originando assim o isolamento das populações. Isso fez com que esta região tivesse, ao longo dos séculos, desenvolvido costumes e tradições próprias, apresentando ainda hoje uma diversidade que é particularmente interessante em descobrir.
Local de natureza privilegiada, existem muitas manifestações histórias e culturais. A gastronomia ocupa um lugar de destaque, e a arte de bem receber são uma das manifestações da simpatia das gentes de Trás os montes.
Chaves, Barroso, Montalegre
Chaves
Partindo do Gerês, siga para a cidade de Chaves. A viagem é feita através de uma zona de grande beleza natural, as terras altas de Barroso, que fazem parte da serra do Gerês, do Larouco e do Barroso. Ponto de paragem obrigatório em Montalegre, onde se respira um ambiente histórico e pitoresco. O artesanato típico de peças em madeira e bordados em linho são também umas das atrações da região. O próximo destino é a cidade de Aquae Flaviae, atual cidade de Chaves, denominada pelos romanos devido às suas àguas termais. Em Chaves há imenso para ver, visitar e também provar. Com especial destaque para os enchidos e carnes curadas, de elevada qualidade.
Barroso
Montalegre
Bragança
De Chaves em direção a Bragança, irá passar pelo parque Natural de Montesinho, chegando por fim à cidade de Bragança. Rica em patrimônio histórico, fruto de muitos séculos de história e tradição, é também uma cidade com uma forte presença do patrimônio religioso. Bragança é uma bonita cidade com um forte legado histórico, onde a tradição é mantida com entusiasmo pela população, como se pode observar nos variados trabalhos artesanais, de tecelagem, couro, burel, olaria, cestaria ou cobre.
Bragança
Mirandela
Continuando a sua viagem para Mirandela, uma bonita cidade situada nas margens do rio Tua. Parta à descoberta das imensas coisas que existam para ver na cidade. Não deixe de provar um petisco da região: as alheiras de Mirandela.
Mirandela
Vila Real, Guimarães
Vila Real
Situada nas margens da imponente serra do Marão, esta cidade está ligada à história de Portugal e tem uma ligação com a agricultura, onde o vinho assume um papel de destaque. Não deixe de visitar o Palácio de Mateus que está retratado nos rótulos do famoso vinho Mateus Rosé. Em Guimarães, berço da nacionalidade, poderá visitar o Castelo de Guimarães, o Paço dos Duques e a zona histórica da cidade, que constitui uma verdadeira preciosidade histórica e cultural.
Guimarães