quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O Caminho de Santiago de Compostela


O Caminho de Santiago de Compostela tal como é conhecido hoje teve sua origem no século IX e atualmente pessoas de diversos idades e nacionalidades percorrem suas rotas por diferentes motivos e de diversas maneiras.Segundo a história Católica estão em Santiago de Compostela os restos mortais do apostolo Tiago (o Grande), filho de Zebedel e Salomé.Diz a tradição que crucificação de Jesus Cristo os apóstolos saíram a pregar e São Tiago foi a Galiza, atual região da Galícia, no extremo oeste da Espanha. Quando retornava desta pregação foi preso e morto. Seus discípulos levaram seu corpo de volta a Galiza e lá o sepultaram.Esta historia ficou esquecida até o século VIII, quando verificaram uma chuva de estrelas que ocorria com freqüência no campo onde enterraram o apóstolo. Daí vem o nome Compostela (Campo de estrelas).Esta rota  une diversas zonas da Europa a Compostela e vem sendo seguida por milhões de pessoas das mais variadas procedências. O itinerário mais famoso é o chamado Caminho Francês, que absorve a maioria dos caminhos vindos do continente europeu e se dirige a Santiago atravessando o nordeste de Espanha. Existem outros percursos não menos importantes vindos de Portugal, do sul de Espanha que atravessava a cidade portuguesa de Chaves, e do oeste e norte da Europa por via marítima.

Caminhos existentes:
 Caminho Francês- de Saint-Jean-Pied-de-Port, entra na Espanha por Roncesvalles, no sopé dos Pirenéus, e de lá segue por cerca de 800 quilómetros até Compostela.
Caminho da Prata ("Via de la Plata") - com saída em Sevilha (Espanha), passando por Chavese Ourense, é o mais longo e segue uma antiga estrada romana a que os árabes chamaram algo que foneticamente soava a 'plata' e assim ficou o nome.
 Caminho Primitivo - com saída em Oviedo.
Caminho do Norte - sai de Ribadeo e segue por cerca de 220 quilômetros.
Caminho Português, com várias alternativas. A maior parte dos caminhos portugueses entroncam em Valença do Minho, onde se fazia (faz) a travessia da fronteira para Tui e daí estende-se por cerca de 130 quilômetros. Do lado português, os percursos mais frequentados são a partir de Fátima, do Porto, de Barcelos ou de Braga.
Caminho da Ria de Arousa, de Padron.
Caminho Inglês - parte de Ferrol ou da Corunha, estendendo-se por aproximadamente 120 quilômetros.Surgiu a partir dos peregrinos das ilhas britânicas que, devido à Guerra dos Cem Anos, não podiam atravessar a França com segurança e assim viajavam de barco até à Galiza e daí a pé até Compostela
Caminho de Finisterra - um prolongamento, especialmente para os peregrinos que vinham de longe terem a ideia que tinham chegado ao 'fim da terra' (finis terrae).
Apenas os Caminhos InglêsFrancês e Português chegam a Santiago de Compostela.Os outros vão-se juntando a estes três durante o percurso. O Caminho de Finisterra une Santiago de Compostela e o Cabo Finisterra.

 Caminho Francês
Dia 1: Saint Jean Pied de Port - Roncesvalles

                       
                            Saint Jean Pied de Port, Rue de la Citadele





Roncesvalles

                                  

Burguete

Alto de Erro

Descida para Zubiri





Zubiri




                  
Larrasoaña



Entrada de Burlada

Puente de la Magdalena sobre o rio Arga
                                          
Bulada


Albergue em Pamplona
                  



                    
Pamplona

Paragem em Cizur Menor para um 'café solo'  
                    
Seguindo para subida para o Monte do Perdão

Alto del Perdón, ao fundo


Subida para o Alto del Perdón
O Alto do Perdão, a 750 metros de altitude, tem uma vista fabulosa para este, por onde se chega, e para oeste, por onde continua o Camino. Consegue-se ver Puente la Reina bem ao longe, o 4º pueblo, passando por Uterga, Muruzábal e Obanos.





Alto del Perdón, virado para oeste, com Puente la Reina ao longe.
                   
Descida do Alto del Perdón

A caminho de Uterga


             
             
Ermita de Santa María de Eunate
Puente la Reina, junto ao rio Arga
                   
Calle Mayor de Puente la Reina.
Ponte medieval de Puente la Reina
                                                            
"Fuente del Vino"- "combustível do peregrino"
 Monasterio de Santa María de Irache
Nascer do sol, a caminho de Azqueta
 Pablito
Pablito, que é um personagem bastante conhecido no Camino. Oferecendo os seus cajados de avelã para os peregrinos que passavam pela "sua terra" como ele orgulhosamente se referia. Partilhando também alguma da medicina tradicional do Camino, oferece cerca de 1000 bastões de avelã por ano aos peregrinos que vão a sua casa, e já o faz há mais de 20 anos. Basta chegar a Azqueta e perguntar por Pablito que indicam logo a sua casa, sempre aberta a peregrinos.
Azqueta



                               



Igreja de Santo André

Villamayor de Monjardín
                   

Searas
                    

                        
Vista do claustro da igreja de Santa María

Vista da igreja de Santa María

Archivo:Los Arcos.JPG
                      
Los Arcos


                     

Torres del Rio


Caminho de Viana

                         
Viana

Logroño à distância

                      

Logroño

Pântano de la Grajera

Navarrete ao longe




Navarrete






Nájera
 
Milhões de pessoas percorrem anualmente os mais de 800 km do Caminho de Santiago de Compostela, que fica na divisa entre França e Espanha. Motivação para encarar a aventura é o que não falta, por isso, abaixo os dez principais motivos para fazer as malas. 

Confira:

1 - Espiritual: Realizar o Caminho em busca de um sentido para a vida. Ao longo da estrada percorrida, a pessoa faz uma meditação, reza conforme a sua crença, procura fazer um encontro consigo mesma. Faz uma retrospectiva da sua vida buscando respostas e um sentido para ela. Para os católicos, a Caminho reserva uma série de igrejas. Ao percorrer o Caminho de Santiago como peregrino, a Igreja concede o perdão dos pecados. Muitos percorrem o Caminho como forma de penitência ou a fim de conseguir alcançar uma graça.

2 - Turismo: Este é um dos principais motivos para muitos. O Caminho de Santiago passa por regiões da Espanha, como Navarra, La Rioja, Castilla y Leon, Lugo por igrejas e monumentos históricos construídos no século IX. A peregrinação iniciou por volta do ano 845, o que reserva muitas histórias e lendas. Há também trilhas com paisagens maravilhosas das montanhas, planícies e praias. O peregrino se encanta com a vegetação, as árvores, as flores e com as plantações de uva, trigo e girassol.

3 - Saúde: Muitos buscam o Caminho como forma de melhorar a saúde física e mental. Caminhar faz bem para a saúde, pode emagrecer, fortalecer os músculos, reduzir e até acabar com o estresse, com a depressão, problemas de circulação, dores de cabeça, entre outras doenças físicas e psicológicas. Tudo isso pode ser feito com bastante segurança. O percurso é muito bem sinalizado e o peregrino não divide o mesmo espaço com os veículos. Além disso, não há grandes preocupações com assaltos e violência.

4 - Gastronômico: Para encarar a caminhada, é preciso estar sempre muito bem alimentado. Comida de qualidade é o que não falta por lá. O peregrino poderá saborear as variedades gastronômicas típicas de cada região da Espanha. O cardápio vai se alterando conforme a região. Em geral, a refeição é composta de uma entrada, um prato principal, uma sobremesa, pão à vontade e uma bebida (água, refrigerante, cerveja ou vinho). O menu do peregrino é bastante acessível. Em geral, a refeição custa entre 10 e 15 euros. Um valor que compensa pela quantidade e a qualidade.

5 - Aprender e praticar línguas estrangeiras: Praticar a língua espanhola é um dos fatores que motivam as pessoas a percorrerem o Caminho. O peregrino encontrará ainda diversas situações em que poderá praticar também o alemão, o francês, o italiano e o inglês. Essas são as línguas mais faladas no Caminho de Santiago devido à grande quantidade de peregrinos de todas essas nações.

6 - Esportivo: A prática da caminhada ou do ciclismo (já que o Caminho também pode ser percorrido de bicicleta) funcionam como grande estímulo aos amantes do esporte. O Caminho pode servir como um treinamento antes de enfrentar uma prova de longa distância ou para adquirir condicionamento físico e preparação para uma competição.

7 - Desafio: Percorrer 800 km em 30 dias é um grande desafio! Conseguir forças para enfrentar o medo e as adversidades do Caminho de Santiago não é uma tarefa simples. Entretanto, a emoção de conseguir é muito maior que o medo de não tentar. Ao final, o sabor de superação é indescritível e impagável.

8 - Lazer: Alguns buscam o Caminho por pura diversão. Passar as férias com momentos de muita emoção e conhecer pessoas do mundo inteiro. É possível percorrer sozinho, com amigos ou ainda com grupos de agências de viagem. Mesmo quem optar pela solidão, dificilmente voltará sem fazer ao menos um amigo ao longo do trajeto.

9 - Viajar de forma econômica: Com a valorização da moeda brasileira, realizar o Caminho de Santiago é uma forma econômica de conhecer e fazer turismo por regiões de Portugal, França, Itália e Espanha. Uma peregrinação à Santiago fica entre 30 e 50 euros por dia, ou seja, de 75 a 125 reais. O custo maior fica por conta do transporte (aéreo, trem, taxi ou ônibus) até o início do caminho. Os albergues paroquiais e municipais - e até mesmo os privados - são bastante econômicos (em torno de 5 a 10 euros). Dão direito a banho e uma cama para dormir.

10 - Todos os motivos ou sem motivo específico: Não importa se você tem um, dez ou 50 motivos para percorrer o Caminho de Santiago de Compostela. O mais importante é que, com ou sem motivos, você encare essa façanha. Ao final, certamente você encontrará o motivo exato que o levou a fazer.


Ha mais de 12 séculos, peregrinos de várias partes do mundo têm percorrido a pé, de bicicleta ou a cavalo o Caminho de Santiago de Compostela, que se tornou rota de peregrinação depois que os restos mortais do apóstolo Tiago teriam sido encontrados em uma sepultura onde mais tarde seria erguida a Catedral de Santiago de Compostela.
Extistem inúmeras rotas que têm como destino a cidade de Santiago de Compostela, no entanto a mais famosa delas é o chamado Caminho Francês, que tem início em uma pequena (e charmosa) cidade localizada no sul da França: Saint Jean Pied Port.
No total, o trajeto completo tem mais de 800 quilômetros e pode ser percorrido em cerca de 30 dias a pé em meio a paisagens incríveis. O Caminho de Santiago, considerado pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, registra ano após ano um número cada vez maior de brasileiros que buscam a rota milenar por motivos pessoais, culturais ou religiosos.


A diversidade de pessoas que fazem o Caminho de Santiago é uma das situações que tornam a viagem ainda mais especial. De executivos a operários, de poliglotas a iletrados, de ricos a pobres.
Encontra-se de tudo neste percurso.
Mesmo que hajam tantas diferenças, elas perdem força a medida em que os peregrinos caminham, lado a lado. Todos aprendem, um com outro. Cada um com sua experiência de vida.

DIÁRIO DO CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA
Por Daniel Agrela
A MAGIA
Na primeira vez em que ouvi falar sobre o Caminho de Santiago as informações chegaram até mim repletas de esoterismo e religião. Tanto que, até hoje, quando digo que realizei a rota de Compostela em duas oportunidades me perguntam: “Mas você é tão religioso assim?”.
Acredito que o Caminho de Santiago, mais do que uma viagem com foco em uma religião, é uma experiência espiritual, um ato de fé em si e em algo que se acredita. E isso nada tem que ver com magia ou esoterismo. As pessoas podem querer aprimorar o espírito sem ter de seguir necessariamente uma filosofia.
Mas o que faz do Caminho algo tão especial?
Particularmente, acredito nas boas energias. Quem nunca sentiu, seja no ambiente corporativo ou em algum evento social, pessoas que apresentam algum tipo de força negativa?
Há lugares, inclusive, em que nos sentimos mal diante de pessoas que – mesmo sem intenção – acabam criando em volta de si um clima nebuloso.
Isso não se aplica nessa viagem. Em todos os lugares por onde passei ao longo do trajeto Francês nunca senti qualquer situação negativa. As energias lá deixadas por peregrinos de todo o mundo, a cada passo, formam a essência do Caminho de Santiago.
Um Caminho que reúne pessoas boas, que têm problemas, sim, mas com vontade de resolvê-los. E, sobretudo, peregrinos com pureza no coração, lugar de onde emana a verdadeira magia do Caminho de Santiago.


OS PIRINEUS
Quando cheguei a Saint Jean Pied Port (ponto de partido do Caminho Francês) logo recebi todas as orientações sobre como seria o primeiro dia no Caminho de Santiago. Preenchi os formulários necessários, peguei minha credencial e um mapa com a topografia de todas as etapas. Lembro que chegara tarde e já não havia mais restaurante aberto. Tomei banho e fui para fora do albergue comer um lanche que tinha na mala.
Ao comer, lia todos as orientações sobre a primeira etapa. Tudo ia bem até que prestei atenção à topografia do percurso entre Saint jaez Pied Port. Fiquei desesperado.
PÂNICO!!!
Estava em Saint Jean Pied Port, a 200 metros ao nível do mar, e teria de caminhar uma bela de uma subida de 1400 metros de altitude.
Tinha lido pouco sobre esta etapa. Como mencionei em outros posts, a decisão final de fazer o Caminho ocorreu em uma quinta-feira, sendo que na segunda-feira seguinte já estava caminhando na condição de peregrino. Tive pouco tempo de preparação. Como dizem, fui na raça.
E, como esperava, não foi um dia fácil.
Chovia e ventava muito. A visibilidade em alguns momentos era bastante deficitária e poucas pessoas estavam no Caminho aquele dia. Por ser outono, um período menos populoso em número de peregrinos, andei quilômetros e quilômetros sem ver ninguém. Logo me dei conta que não podia parar, pois o trecho de serra não tinham lugares para se abrigar. Fiquei com medo em alguns momentos. Horas mais tarde, sem me dar conta, tinha chegado a Roncesvalles.
Os trechos de subida parecem intermináveis. O cansaço pode desanimar um pouco e a vista de mais subida pela frente pode não ser lá muito animadora. Não desista. Mantenha o passo, caminhe firme.
De fato, o primeiro dia é o mais complicado. O terreno é difícil de ser percorrido, você não está acostumado a caminhar com a mochila, sente sede e fome constantemente e o cansaço é freqüente devido à falta de ritmo. Por outro lado, percorrer os Pirenéus é uma experiência fantástica. É lá que cai a ficha:
- Estou no Caminho de Santiago.
BOLHAS
No Caminho de Santiago, enquanto sua mente descansa em meio ao silêncio e às belas paisagens, o cansaço físico passa a ser uma realidade. É claro que na medida em que as etapas são concluídas, o corpo vai se acostumando.
Acredito que os cinco primeiros dias são os mais críticos do ponto de vista físico. As principais queixas de peregrinos são: bolhas nos pés, dores nas costas (parte inferior, superior e ombros); quadril e joelhos. Tudo isso é extremamente normal, já que seu corpo, provavelmente, nunca passou por um teste de resistência tão intenso.
Mas as principais reclamações são referentes as bolhas nos pés. Isso porque dificilmente você chegará à Compostela sem elas. No entanto, há como diminuir o número de bolhas.
Uma dica simples e extremamente recomendável é lacear as botas antes de ir para o Caminho. Isso mesmo, usá-las na cidade, no seu dia a dia, pelo menos um mês antes de embarcar para a Espanha.
Um erro muito comum de pessoas que iniciam o trajeto a Compostela é calçar as botas, pela primeira vez, no dia em que se inicia o Caminho. Esse erro é fatal. Uma porque seus pés não estão acostumados com aquele calçado. Outra porque o número de quilômetros caminhados reflete em movimentos e esforços repetitivos. Se houver algum desconforto, seus pés irão sentir. Nesse caso a formação de bolhas é inevitável.

BUSCA E ENCONTRO
Há exatamente um ano estava caminhando de Hornillos a Castrojeriz. Esta região do Caminho, fincada em Castilla Y León, guarda um significado especial para mim. Muitas coisas se moveram em minha vida com o meu passo por essas etapas do Caminho de Santiago. Dias de aprendizagem, dor, alegria e, sobretudo, dias de busca e encontro comigo mesmo.
Compartilho com você algumas imagens deste dia e também as palavras do peregrino argentino Frederico Claure para expressar o significado do Caminho.
“O Caminho de Santiago é a busca de Deus, a busca do homem, de si mesmo, a busca deste reencontro com todas as coisas mais singelas e simples da vida. O Caminho de Santiago é um caminho de amor, de muito amor e de fé, já que em muitas vezes se pensa: ‘Creio que não vou chegar’. É um Caminho de esperança e, sobretudo, é uma grande escola, uma grande universidade sem muros… onde a força não consiste na resistência física senão no amor que se tem no coração. No final, o que Santiago traz não são as raízes musculares, mas as raízes da alma”.
                                     
TEXTO: MEMO VÁSQUEZ
O Caminho de Santiago me ensinou muitas coisas. Uma delas é que não estou sozinho. Penso em minha vida diária rodeado de gente conhecida e desconhecida… minhas horas presas ao computador, ao telefone, aos compromissos familiares, profissionais… em muitas dessas ocasiões, apesar de estar cercado por pessoas, me sentia sozinho.
Durante a rota de Compostela, no entanto, o peregrino experimenta no início uma aparente solidão: não há gente conhecida, nem família, amigos, não se está conectado pela tecnologia, o luxo inexiste, há dor e cansaço.  Mas, por outro lado, há silêncio, calmaria, confiança e, apesar de estar privado do habitual contato humano, nunca se sente sozinho.
A força e alegria inteira do universo se concentram em seus passos. Uma paz indescritível inunda seu espírito, o que o faz seguir desfrutando sua existência.
Você não está sozinho. Está contigo mesmo. Um com todos.

Equipamentos

Buen Camino, Peregrino!




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